Quantos de nós reclamam de não conseguir contactar com o Centro de Saúde? E de não conseguir navegar no sistema de saúde? E de não entender as Apps disponíveis? E… etc.etc.etc.?
E se fosse possível transformar as Apps e outros serviços digitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de modo a que nós, utilizadores do SNS, pudéssemos participar nessa transformação, melhorar a experiência de uso e relacionarmo-nos com o sistema? Seria bom?
Muito bem. Esse é o desafio que os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) está a colocar às Associações de Doentes. Propor que utilizemos as formas de comunicação com o SNS, indiquemos as dificuldades, o que gostaríamos de melhorar e aumentar a transição digital no contacto com quem cuida de nós.
Parece fácil demais. Não. A caminhada não será fácil mas pode ser divertida.
Se somos reconhecidos por ter avanços no modo como nos relacionamos com as finanças, com o cartão de cidadão ou outras formas de e-gov, porque é que com a saúde seria diferente?
Vamos por partes.
Num passado recente tínhamos um conjunto de Apps que a grande maioria dos doentes crónicos não entendiam, não utilizavam. Para além de isso ter sido um desperdício enorme de recursos do país, perdemos muito tempo e afastou-nos do sistema. Não apenas os utentes como os próprios profissionais de saúde.
Precisamos, primeiro, de simplificar a forma como contactamos com o SNS. Por isso, temos ou teremos:
- SNS 24 – forma de acesso essencial de comunicação por telefone, telemóvel e videochamada que permite ou permitirá um contacto de entrada e utilização à distância, com ou sem vídeo, por opção do cidadão;
- Portal SNS 24 e App SNS24– Site e aplicação móvel através das quais podemos ou poderemos aceder a um conjunto vasto de informações e serviços;
- SNS Balcão – forma de acesso ao SNS através de um intermediário físico, alguém que nos ajudará a aceder e aprender a tirar partido destas novas ferramentas.
Depois, cada um de nós, precisamos de ser críticos e contribuintes. Felizmente, desta vez não significa mais impostos. Significa dar contributos de como nos parece que faça mais sentido e porquê. Não nos basta ser críticos. Temos de fazer sugestões de melhoria. Ao fazê-lo poderemos, pelo menos, dizer no futuro próximo que tentámos. Se não o fizermos, perdemos uma oportunidade de construir a mudança que todos necessitamos.
A SPMS propõem-se fazer uma evolução da forma como acedemos ao SNS. O novo modelo participado almeja aproximar os cidadãos, mesmo que fisicamente possa haver quilómetros entre o cidadão e o serviço ou a pessoa que de si cuida.
Se é associado de uma Associação de Doentes, entre em contacto com ela e pergunte como pode contribuir. Se não é, faça-se associado. Se não lhe souberem responder, entre em contacto connosco. Juntos poderemos fazer a diferença.
Artigo por:
Paulo Gonçalves (Consultor)
Vice-presidente | Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla | [email protected]
President & Empathy eXecutive Officer | RD-Portugal, União das Associações de Doenças Raras de Portugal |[email protected]