Entre os dias 11 e 13 de setembro, a SPEM rumou a Estocolmo, Suécia, para participar na 35.ª edição do Congresso do European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis.
A conferência anual reúne médicos, investigadores e entidades do sector de todo o mundo. Nos últimos anos, o evento tem apostado na participação dos doentes, representados pelas suas associações. Esta foi uma oportunidade para a SPEM colaborar em alguns projetos internacionais importantes e conhecer estudos recentes na área da Esclerose Múltipla.
Inovações para benefício do doente
A SPEM foi convidada pela Plataforma Europeia de Esclerose Múltipla a estar presente e participar em dois painéis relacionados com projetos específicos da organização, nomeadamente o MS Nurse PRO (formação profissional online para Enfermeiros de EM) e o N2B-Patch.
Este projeto consiste numa nova forma de administração de terapêutica utilizando o canal nasal, prometendo trazer eficácia aos medicamentos e eventualmente menos efeitos secundários). Foi apresentado pelo professor Andrew Chan que explicou a operacionalidade do dispositivo e os benefícios que vai trazer na administração das terapias medicamentosas.
Filipa Monteiro, pró-diretora da SPEM, foi convidada a partilhar as suas expectativas para este projeto. “N2B-Patch dá um grande passe na capacidade dos cuidados de saúde darem uma maior qualidade de vida aos doentes, permitindo-lhe viver de forma tão norma e completa quanto possível”, referiu a jovem portuguesa convidada.
Travar a EM, melhorar o diagnóstico e partilhar informação
Tivemos ainda a oportunidade de assistir a algumas palestras médicas sobre a EM Progressiva. Ainda não existem muitas oportunidades de tratamento e os estudos agora apresentados focam-se muito nos transplantes de células estaminais, ensaios com novas moléculas monoclonais e os estudos dos bio marcadores para avaliação da progressão da doença.
A Esclerose Múltipla em idade pediátrica também foi uma questão muito abordada, com a apresentação de vários ensaios sobre terapêuticas de 1ª e 2ª linha ajustadas aos pacientes mais novos.
Estivemos também numa sessão de “Meet the Experts” onde pudemos ouvir dois neurologistas de renome (Prof. Dr. Krzysztof Selmaj e Prof. Dr. Ralf Gold) a responderem a perguntas de outros colegas médicos sobre casos reais de pacientes. Foi uma oportunidade de ver ao vivo a avaliação dos casos clínicos.
A informação e gestão de dados clínicos foi tema em destaque no congresso, com o Centro Hospitalar de São João a participar na maior base de dados global de Esclerose Múltipla, a MSBase. Os primeiros dados foram apresentados durante o ECTRIMS.
Foram 3 dias repletos de informação e de esperança que a investigação continua, com bons resultados e perspetivas para o futuro.
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