Deglutição
Para a maioria das pessoas, a deglutição parece ser um ato automático e de grande simplicidade. No entanto, é um processo fisiológico de grande complexidade que requer o transporte dos alimentos sólidos, líquidos e mesmo de saliva da cavidade oral (boca) até ao estômago, de forma segura e eficiente. Ou seja, através de mecanismos neuromusculares complexos e com proteção da via aérea (Miller, 1994). Sempre que se verifique qualquer alteração ao longo deste processo, que impossibilite ou dificulte uma alimentação dita normal, então estamos perante um caso de disfagia.
Disfagia
Disfagia é o termo médico utilizado para designar as dificuldades em deglutir (engolir). Esta dificuldade pode ocorrer em qualquer idade e a qualquer pessoa. Existem diversos tipos de disfagia que se encontram relacionados com a fase de deglutição em que ocorrem.
- Fase Preparatória Oral
- Fase Oral
- Fase Faríngea (disfagia orofaríngea)
- Fase Esofágica (disfagia esofágica)
- Fase Esofágica (disfagia esofágica)
Riscos associados à disfagia
- Engasgos
- Desidratação
- Subnutrição
- Asfixia
- Aspiração silenciosa
- Pneumonias de aspiração
- Declínio da condição física
- Morte
Aspiração
Inalação de resíduos de alimentos sólidos, líquidos, de saliva ou de refluxo gastroesofágico para a via aérea.
Aspiração silenciosa
Acontece sempre que se verifica a aspiração de resíduos alimentares (líquidos ou sólidos ou saliva) para o pulmão sem haver proteção da via aérea (tosse). A tosse é muito importante para ajudar a eliminar resíduos alojados na via aérea (garganta).
Pneumonia de aspiração
Trata-se de uma infeção pulmonar contraída no seguimento de aspiração de resíduos alimentares para o pulmão.
Sintomas associados à pneumonia de aspiração
- Febre superior a 38º
- Dispneia
- Tosse com bastantes secreções
- Sonolência
Saber mais sobre Deglutição e Disfagia – Conselhos práticos
- Manter um posicionamento correto da cabeça e do tronco durante as refeições e após as mesmas durante pelo menos 30 minutos
- Tomar as refeições em ambiente calmo, evitando situações de distratibilidade, que possam provocar engasgos
- Evitar alimentos de difícil mastigação
- Introduzir na boca pequenas quantidades de alimentos
- Nunca misturar líquidos com sólidos
- Recorrer, sempre que possível, a pratos, copos e talheres adaptados que promovam a autonomia e facilitem a deglutição
Tratamento da disfagia
Na presença de sintomas, estes devem ser sempre comunicados ao médico neurologista ou ao médico de Família, que, se o entender, procederá ao reencaminhamento para o Terapeuta da Fala.
Terapia da fala
Depois de uma avaliação, segue-se a elaboração e implementação de um Plano Terapêutico individualizado, segundo o resultado da avaliação terapêutica, da avaliação clínica e das queixas do utente.
Opções de tratamento e técnicas
- Alterações da dieta alimentar: consistências, texturas, viscosidade
- Biofeedback (capacidade do utente em percecionar alterações e a utilizá-las no tratamento)
- Exercícios de motricidade orofacial
- Manobras de deglutição
- Estimulação elétrica
- Treino respiratório
Sintomas de disfagia
- Engasgos
- Tosse (antes, durante ou após a deglutição)
- Refeições longas e demoradas
- Dificuldade em iniciar a deglutição
- Sialorreia (saliva em excesso)
- Dificuldade em deglutir líquidos sólidos ou saliva
- Sensação de comida parada na garganta
- Dificuldade em controlar os alimentos dentro da cavidade oral (boca)
- Dificuldades de mastigação
Pode colocar as suas dúvidas à terapeuta da fala da SPEM: [email protected]