A SPEM esteve presente no 37º ECTRIMS – Congresso do Comité Europeu para o Tratamento e Investigação em Esclerose Múltipla, que decorreu entre os dias 13 e 15 de outubro de 2021, em formato virtual.
Este é o maior encontro do mundo na área da Esclerose Múltipla e contou com um programa aliciante e repleto de sessões científicas. Foram abordados hot topics sobre temas como a progressão e sessões de meet the experts, onde os participantes tiveram a oportunidade única de perguntar a especialistas questões relevantes.
A Progressão da EM foi novamente um dos principais temas discutidos durante o ECTRIMS deste ano. A medição da progressão é difícil e existe a necessidade de encontrar novos métodos e ajustar os existentes de forma a identificá-la o mais rapidamente possível, para melhor ajudar as pessoas que vivem com EM.
Sabemos de diferentes estudos que a progressão pode começar cedo e por isso, devemos ter novas medidas definidas e encontradas. A ressonância magnética é extremamente importante para identificar a progressão e é recomendado que se realize anualmente, principalmente ao cérebro (a medula poderá ser num intervalo de tempo mais longo). As recomendações indicam que se um paciente for estável, também não é necessário utilizar Gadolínio. Outra ferramenta importante para diagnosticar a EM é a OTC – Tomografia de Coerência Ótica. O resultado destas sessões foi claro: é importante compreender melhor a progressão, uma vez que temos definições e medições incompletas.
DADOS – Como é que podem ajudar os pacientes? PRO (Patient Reported Outcomes) ou PROMS (Patient Reported Outcomes on Multiple Sclerosis) – são os resultados reportados pelo paciente com EM. Estes dados têm sido discutidos ativamente e são importantes para a recolha de informação e melhores decisões para os pacientes.
A qualidade de vida, a situação socioeconómica e outros aspetos têm impacto na vida de um paciente. O uso de medicação, de ferramentas digitais ou fisioterapia e várias terapias podem ter impacto no humor e no bem-estar das pessoas com Esclerose Múltipla. Durante estas sessões, pudemos ver que este tema ganhou particular importância. Temos de saber como se sentem os pacientes durante o seu percurso da doença e também quando usam terapia, ferramentas ou se participam num ensaio clínico. Estes mecanismos podem recolher mais dados e informar-nos dos factos mais importantes sobre a população. Em diferentes sessões, tornou-se claro que temos de melhorar este trabalho para termos uma imagem mais holística das pessoas que vivem com a Esclerose Múltipla.
A Esclerose Múltipla Secundária Progressiva foi outro dos temas importantes deste Congresso – ainda existem muitas perguntas sem resposta e foram apresentados vários estudos e ensaios que continuam à procura de respostas e melhorias no tratamento dos pacientes da melhor forma.
O ECTRIMS 2021 foi um evento repleto de informação e trocas de conhecimento para todos os participantes. No entanto, ainda há muito a fazer para todos os investigadores, médicos e para os pacientes.
Saímos do evento com a consciência de que as pessoas com Esclerose Múltipla podem fazer muito para cuidar de si mesmas e que a investigação continua a obter cada vez mais conhecimento da doença e do seu tratamento.
O encontro contou com cerca de 9000 Participantes de 100 países e 200 excelentes oradores. Contou ainda com 50 expositores e posters internacionais provenientes de organizações de doentes, indústria, investigação e desenvolvimento.
O evento fechou com o anúncio do Congresso ECTRIMS 2022, que será em Amesterdão e no qual contamos participar novamente.
Artigo por: Filipa Monteiro – SPEM